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Buscava um amor sem saber
que o estava procurando.
Não havia critérios de caça e seleção,
a regra era tê-lo e avaliá-lo 
quando e durante o possuísse.
Encontrei-a ocasionalmente,
o tempo fez da esporadicidade amigável
presente e presença amável.
Amamo-nos durante o sono
do reconhecimento de nós mesmos,
na brevidade de um arco-íris.
Amamo-nos no amadurecimento 
de nossas imperfeições.
Amamo-nos na brevidade do eterno
e na eternidade do passageiro.
Em tempos de correntezas naufragantes
as lembranças me dão forças para que não me afogue,
mas como continuar a nadar se ainda me dói o passado?
As chuvas de minhas retinas inundam
o mar sem fim da estação atemporal.
Melhor seria trocar a água do mar 
e limpar minha alma.
Mas não quero esquecê-la,
quero reencontrá-la para seguirmos o caminho oposto.
Tenho-a no falso esquecimento e lembro-a na real presença imagética.
O que fazer com o ciclo de torturante prazer que me alivia?

23/11/2015

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