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A ardente chama, brasa virou,
a brasa se apagou,
o céu deserto ficou,
a noite, gélida se transformou,
e agora, o que fazer?
Eu que poderia ter inundado teu jardim,
eu que poderia ter-te ouvido,
eu que poderia ter-me aberto e imposto a ti,
eu que poderia acordar e ignorar meu sonho,
eu que poderia acreditar e aceitar tua realidade,
eu que poderia... e não pude.
Receei o que não havia de temer!
e agora, o que fazer?
Amá-la como mulher não me é mais de direito,
já não posso aconselhar-te,
beijar-te não devo,
arrepender-me de nada me adianta,
e agora, o que fazer?
Se tivéssemos filtrado as impurezas,
se tivéssemos nivelado a balança desde o começo,
se tivéssemos nos dado mais a nós mesmos,
se tivéssemos abraçado o mundo,
se tivéssemos nos unido,
se tivéssemos nos encontrado em nós mesmos,
se tivéssemos...
como estaríamos agora?
Sonhamos com o que não fizemos
e fizemos o que fizemos,
talvez não devêssemos.
Como estás agora?
Parece-me que retornando os erros para sua terra natal,
reformulando-os em nova fórmula,
seguindo o caminho certo que antes recusaras...
Será?
Chegarás ao topo da montanha?
E agora, o que fazer?
E eu?

 

26/10/2015

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